Uma das preocupações quanto ao tipo do serviço a ser prestado por um GCM(F), escalado numa escola da rede de ensino, deve estar voltada principalmente aos horários de entrada e saída dos estudantes. Cabendo nessas ocasiões uma maior atenção com o que ocorre nas imediações do que mesmo no próprio estabelecimento, procurando sempre conversar com os pais dos alunos que constantemente vem trazer seus filhos, a fim de se informar sobre pessoas ou coisas suspeitas nas redondezas, se for de sua competência procura resolver, mas de qualquer forma comunique à Central a informação obtida e o procedimento que pretende adotar.
Lembre-se corajoso tem prudência e o afoito tem imprudência. E quando se fala em segurança, temos o dever de cuidar em primeiro lugar da nossa própria e depois da de terceiros, pois do contrário ao invés de ajudar, vamos precisar de ajuda. Sempre que possível manter um contato com todos os membros do estabelecimento de ensino.
Também não esqueça o lado externo, pois após fechar os portões, quem não for morador ou que exerça alguma atividade diária no local, deve ser convidado a se retirar, uma vez que a sua presença naquele local não é necessária. Atenção também deve ser dada aos comércios ambulantes que freqüentam o local, evitando que os mesmos sejam instrumento de tráfico de drogas. Procure orientar professores, alunos ou quem precise estacionar seus veículos, nas proximidades da escola, orientando para não deixar em frente a guia rebaixada, garagem, próximo à esquina etc. Com isso estará colaborando com a tranqüilidade social e dando uma verdadeira sensação de segurança, quer para os alunos ou outra pessoa qualquer.
Não espere ser solicitado para parar o trânsito, por ocasião da travessia de alunos, velhos ou deficientes, tome a iniciativa. A presença de um ou mais GCM(F) executando algumas das tarefas acima mencionadas ou outras julgadas cabíveis e necessárias são de simples realizações e de grande reconhecimento popular, uma vez que este tipo de procedimento já está fazendo parte do passado brasileiro. E é ai que o seu serviço aparece você se destaca e a sua corporação é reconhecida e respeitada por todos.
O QUE PODEMOS FAZER
Muito se tem falado e discutido, sobre a segurança nas escolas, mas a realidade é somente uma "a segurança depende de cada um de nós” quer seja: militar ou civil, fardado ou uniformizado, no seu horário de trabalho ou folga, não interessando se tem filhos ou parentes naquele local.
Podemos nos envolver para a solução do problema da insegurança e principalmente no que tange as drogas. As policias quer Militar, Civil ou mesmo as Guardas Civis Municipais para bem agir, dependem de informações, muitas vezes negadas por quase todos com medo de represálias, o que realmente acaba colaborando para a prática desse tipo de delito ou outro qualquer.
A presença física de um Guarda ou Policial inibiu um pouco, mas não resolve o problema, o que realmente precisamos é de uma política de segurança voltada mais para o lado da inteligência do que a da força, que já provou que pouco ou quase nada adianta.
O que então podemos sugerir como um bom procedimento seria a adoção de medidas capazes de colaborar definitivamente com o trabalho humano. Conforme ditos acima precisaram que realmente haja uma vontade política por parte dos governantes, a nível nacional, estadual ou principalmente municipal. Com a criação de uma disciplina própria sobre o assunto, orientação precisa e periódica aos professores e a utilização de meios eletrônicos, tais como: circuito fechado de TV, alarmes de todas as espécies, botão de pânico tudo isso ligado a uma central de operações rasteada e controlada diuturnamente com capacidade de disponibilizar uma pronta resposta, em frações de segundos, que se não lograr êxito na captura dos delinqüentes, disporá de um arquivo armazenado pelo circuito fechado de TV, cuja fita nas mãos de pessoas especializadas, capazes e legalmente constituídas para o trabalho de pesquisa e repressão, irá dispor das informações necessárias para desvendar e capturar os infratores.
0 que não ocorreria com a testemunha pessoal, por medo da represália. Temos a obrigação de dar as nossas crianças um mínimo de tranqüilidade e segurança social, uma vez que serão os nossos substitutos naturais e que do jeito que a coisa vai indo, estamos a cada novo dia criando verdadeiros temerosos de viver, o que é pior, uma grande parte acredita que a violência é uma coisa natural entre os seres humanos. Criando verdadeiros tabus que realmente não sabermos se um divã e um psicólogo vão resolver os seus problemas. Portanto a segurança escolar passa a ser uma atividade de todos visando à cobertura dos estudantes, dos professores e dos próprios municipais.
Os Guardas Civis Municipais, masculinos ou femininos, devem:
- Ser os verdadeiros agentes responsáveis por tudo e por todos, devendo criar um roteiro de trabalho e também fazer rondas aleatórias tanto de dias, horários, ou locais, a fim de proporcionar a elaboração de relatórios, bancos de dados ou mesmo ao estudo da permanência ou modificação dos serviços existentes, tudo visando o bem estar e a segurança escolar;
- Independentemente de ser Agente de Transito ou não, devem proceder a travessia dos alunos, pelos locais designados (faixas de pedestres) ou mesmo sem a existência das mesmas. Procurando sempre educar os alunos e mestres da necessidade e modo correto de atravessar uma via;
- Devem evitar, antes de acontecer e já ir dispersando aglomerações nas proximidades dos estabelecimentos de ensino, para isso, devem tomar a iniciativa de coibir imediatamente, batucadas, serenatas, algazarras, uso exagerado de buzinas, pessoas suspeitas, principalmente nas aulas de educação física feminina;
- Sempre que possível garantir a integridade física, dos professores, alunos e funcionários e ainda a preservação do estabelecimento, nunca imiscuir em assuntos administrativos e nem executar funções fora de sua competência, a não ser em caso de emergência, onde se justifica qualquer iniciativa;
- Proporcionar apoio, quando solicitado, para a retirada do estabelecimento de ensino, de pessoas ou coisas indesejáveis ou que estejam criando transtornos ao bom andamento dos trabalhos;
- Conhecer todas as entradas e saídas possíveis, prevendo uma possível evacuação do local, conhecer os locais dos extintores de incêndio, para utilização em caso de emergência;
- dar bons exemplos de tratamento, cortesia, apresentação individual e tudo o que puder influenciar na formação dos alunos, uma vez que o homem ou mulher uniformizados, exercem um fascínio muito grande, principalmente às crianças e adolescentes;
- Evitar a condução de alunos até suas residências, a não ser, quando solicitado pela direção do estabelecimento, que deverá fornecer um acompanhante e ainda fazer via rádio um prévio contato com a Central, unicamente com o intuito de preservar a boa imagem e o bom nome da corporação, sem tais precauções, pode haver algum comentário maldoso dizendo que a GCM está executando prisões arbitrárias de alunos.
Extraído do livro “GUARDA MUNICIPAL, SIM, SENHOR – um novo caminho”